Embora raro, o câncer infanto-juvenil tem merecido especial atenção por parte da medicina. Isso porque, além de mais raro, ele é bastante diferente dos tumores que acometem adultos. Nos pacientes com até 18 anos, a doença apresenta início e disseminação mais rápidos. Paradoxalmente, é mais sensível à quimioterapia, o que permite o alcance de taxas significativas de cura.
Os resultados positivos observados atualmente devem-se à trajetória empreendida pelos oncologistas pediátricos o longo dos anos. Entre as décadas de 1960 e 1990, após o surgimento de novos agentes químicos, várias instituições reuniram-se em grupos cooperativos de estudo. Naquele período, foram estabelecidos modelos de combinações de quimioterápicos, com definição do momento adequado para administração das medicações, bem como suas doses e intensidades. Além disso, foram definidas condutas para tratamento dos efeitos indesejáveis. Isso deu origem à padronização no tratamento da doença no mundo.
Outro aspecto relevante para o alcance de taxas de cura - de 70% no caso da leucemia linfóide aguda, por exemplo - é o atendimento em centros especializados, formados por equipes multidisciplinares. O manejo dos pacientes pediátricos é muito específico, em especial no que diz respeito às complicações da quimioterapia. Nos serviços especializados, os profissionais são capacitados não só no aspecto técnico-assistencial, mas também no relacionamento com as famílias. Humanização é palavra de ordem. Sabemos que o sucesso do tratamento envolve o desenvolvimento de elos de confiança mútua, além da colaboração e do envolvimento dos familiares nos cuidados hospitalares e domicialiares.
O câncer infantil não pode ser prevenido, visto que não há qualquer evidência entre seu desenvolvimento e fatores ambientais. Por essa razão o diagnóstico deve ser precoce e preciso. A boa notícia é que a ciência está atenta, com especial foco nos casos que resistem ao tratamento. Graças à genética e à biologia molecular, avançamos na personalização do tratamento, com melhores resultados e menos sequelas.
Câncer infantil: atendimentos em centros especializados potencializam o combate
Posted by meiresites on 15:16